sábado, 17 de setembro de 2016

Questões CESPE - Intervenção do Estado na Propriedade

01(Cespe – Advogado da União/2012) Sujeitam-se à desapropriação o espaço aéreo, o subsolo, a posse, bem como direitos e ações, entre outros bens, desde que sejam privados e se tornem objeto de declaração de utilidade pública ou de interesse social.

Errado. Art. 2º do Decreto-Lei nº 3.3645/41: Art. 2º. Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. §1º A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo. §2º. Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa; §3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização, mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República.

02(Cespe – Advogado da União/2012) Tratando-se de desapropriação por zona, o domínio do expropriante sobre as áreas que sofrem valorização extraordinária é provisório, ficando, por isso, os novos adquirentes sujeitos ao pagamento da contribuição de melhoria, conforme dispõe a CF.


Errada. Não há que se falar em contribuição de melhoria. O art. 4º do Decreto-Lei nº 3.665/41 dispõe: “A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.”.  Portanto, a desapropriação por zona ou extensiva é aquela pela qual o Poder Público desapropria área maior do que a necessária com o objetivo de reserva-la para posterior utilização no desenvolvimento da obra ou serviço ou com o objetivo de revendê-la”



03 (Cespe – Advogado da União/2012) O ato de a União desapropriar, mediante prévia e justa indenização, para fins de reforma agrária, imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social configura desapropriação por utilidade pública.


Errado. A desapropriação para fins de reforma agrária, no caso em tela, configura uma desapropriação por interesse social.


04. (CESPE- Analista Judiciário – Área Judiciária – STJ/2012) Como modalidade de intervenção estatal que visa à satisfação do interesse público, a requisição incide sobre bens e sobre serviços particulares.


Correta. Segundo Hely Lopes Meirelles trata-se “da utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias”


05 (Cespe – Delegado de Polícia – AL/2012) Considere que o prefeito de um município tenha determinado a desapropriação de uma fazenda de seu adversário político, como forma de retaliação. Nesse caso, fica configurado o desvio de finalidade.


Correto.  Trata-se de tredestinação, ou seja, desvio de finalidade.


06. (Cespe – Juiz Federal Substituto – 1ª Região/2013) Assinale a opção correta no que diz respeito às limitações administrativas, à requisição e ao tombamento como formas de intervenção do Estado na propriedade.

a) O tombamento, forma de intervenção do poder público na propriedade, pode incidir tanto sobre bens móveis quanto sobre bens imóveis.
b) Ainda que haja inconformismo e resistência do proprietário, o poder público poderá promover o tombamento de determinado bem, razão pela qual se diz que o tombamento é, quanto à constituição, um ato compulsório, visto que sua realização independe do consentimento do particular.
c) As limitações administrativas são determinações por meio das quais o Estado impõe ao proprietário obrigações de caráter positivo, que implicam o dever de fazer algo em prol do interesse público.
d) A passagem subterrânea, por determinado terreno particular, de dutos para o transporte de gás configura exemplo de limitação administrativa.
e) A requisição é modalidade de intervenção por meio da qual o Estado, em face de perigo iminente, utiliza serviços, mas não bens, de particulares.


Gabarito: Letra A. O tombamento é procedimento que pode ter como objeto, qualquer bem, público ou privado, móvel ou imóvel. A letra B está incorreta, pois existe tombamento de ofício (bem público), tombamento voluntário (proprietário requer o tombamento ou com ele concorda) e compulsório (recusa do proprietário em concordar com o tombamento). A assertiva C encontra-se incorreta, as limitações administrativas podem ser positivas (fazer), negativas (deixar de fazer) ou permissivas (permite que algo possa ser realizado). A assertiva D também é incorreta, pois os dutos para transporte de gás são servidões  administrativas. A letra E está incorreta. A requisição administrativa , segundo Hely Lopes Meirelles, é a “utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias”.


07 (CESPE – Defensor Público – DF/2013) A requisição administrativa é ato unilateral e autoexecutório por meio do qual o Estado, em caso de iminente perigo público, utiliza bem móvel ou imóvel. Esse instituto administrativo, a exemplo da desapropriação, não incide sobre serviços.


Gabarito: Errado. A requisição se dá em bens e serviços. A requisição administrativa , segundo Hely Lopes Meirelles, é a “utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias”.


08 (CESPE – Juiz de Direito Substituto – MA/2013) Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta.

a) A caducidade da declaração de utilidade pública refere-se à perda da validade dessa declaração pelo decurso de tempo sem que o poder público promova atos concretos destinados a efetivá-la.
b) Desapropriação é o direito que a administração tem de utilizar propriedade imóvel alheia para possibilitar a execução de obra ou serviço de interesse coletivo.
c)  Os municípios são competentes para legislar sobre desapropriação.
d) Pode-se desapropriar dinheiro (moeda corrente do país)



Gabarito: Letra A. Na desapropriação por necessidade ou utilidade pública, não existindo acordo na fase administrativa, o ente público ajuizará a ação de desapropriação no prazo de cinco anos, contado do decreto declaratório. Com o encerramento do prazo, ocorre a caducidade. A assertiva B é incorreta, pois a desapropriação retira o bem do proprietário, de forma definitiva. A alternativa C está errada, pois a competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União. Por fim, a letra D está incorreta, pois dinheiro não pode ser desapropriado (apenas moedas raras ou moeda estrangeira).


09 (CESPE – Procurador do MP junto ao TCE-PB/2014) Assinale a opção correta acerca da intervenção no domínio econômico por meio da desapropriação.

a) No cálculo da verba advocatícia nas ações de desapropriação, devem ser excluídas as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios.
b) As concessionárias de serviços públicos, quando do exercício das funções delegadas pelo poder público, poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.
c) O poder público pode desistir do processo expropriatório, inclusive no curso da ação judicial, sem a obrigação de pagar indenização ao expropriado.
d) O expropriado pode pleitear indenização, pelo instituto da retrocessão, em razão de o imóvel não ter sido utilizado para os fins declarados no decreto expropriatório, sendo-lhe vedado, contudo, reivindicar a propriedade expropriada, por se tratar de bem já incorporado ao patrimônio público.
e) Compete privativa e exclusivamente à União legislar sobre desapropriação, competindo, no entanto, a todos os entes federativos declarar a utilidade pública ou o interesse social de bem imóvel para fins de reforma agrária.


Gabarito: Letra B.  Os concessionários poderão promover desapropriações, desde que autorizados por lei ou contrato. Art. 3º do Decreto- Lei nº 3.665/41: “Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.” A letra A está incorreta, pois no cálculo da verba advocatícia nas ações de desapropriação, devem ser incluídas as verbas dos juros compensatórios e moratórios. A assertiva C está errada, pois existem quatro requisitos para desistência: 1) seja definida antes de terminada a desapropriação; 2) ressarcimento pelos danos; 3) ressarcimento das despesas processuais; 4) devolução do bem. A alternativa D está errada, pois na retrocessão, é possível a reivindicação da propriedade expropriada. Por último, a desapropriação para reforma agrária e a de terra em que há cultivo ilegal de planta psicotrópica, são de competência da União.

10. (CESPE – PROCURADOR DO ESTADO – BA/2014) Caso um governador resolva desapropriar determinado imóvel particular com o objetivo de construir uma creche para a educação infantil e, posteriormente, com fundamento no interesse público e em situação de urgência, mude a destinação do imóvel para a construção de um hospital público, o ato deve ser anulado, por configurar tredestinação ilícita.


Gabarito: Errada. Nesse caso, a tredestinação é lícita (desvio de uma finalidade pública para outra finalidade pública)


11. (Cespe – Promotor de Justiça – AC/2014) O prefeito de determinado município realizou a desapropriação de um imóvel para fins de implantação de um parque ecológico, tendo a prefeitura instalado posteriormente, na área expropriada, um conjunto habitacional popular.
Nessa caso hipotético,

a) como a área expropriada não foi utilizada para a implantação do parque ecológico, cabe indenização dos expropriados por perdas e danos sofridos, desde que devidamente comprovados.
b) não houve desvio de finalidade, dado o atendimento do interesse público, estando configurada a tredestinação lícita.
c) embora tenha ocorrido desvio de finalidade, o bem expropriado foi incorporado ao patrimônio público, o que torna inviável a retrocessão, cabendo, entretanto, indenização por perdas e danos.
d) houve desvio de finalidade, dado o descumprimento dos objetivos que justificaram a desapropriação, cabendo a retrocessão.
e) houve desvio de finalidade, devendo ser decretada a nulidade do ato expropriatório com a reintegração dos expropriados na posse do imóvel e indenização em lucros cessantes.


Correta: Letra b. No caso em tela, foi mantido o interesse público, razão pela qual houve a tredestinação lícita. 

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